16 de julho de 2018

O racismo é sinônimo da ignorância (a alma não tem cor)


Imagem jornal https://www.lemonde.fr/

É surpreendente a reação do mundo diante da vitória da seleção de futebol da França na Copa do Mundo na Rússia em 2018 no estádio de Lujniki, em especial no Brasil. Estamos no século XXI, com tantos avanços científicos, tantos avanços de lutas pelos Direitos Humanos, pelas minorias, e o que vemos nas redes sociais, nos aplicativos? O racismo.

Há listas sobre os jogadores da seleção francesa no Brasil. Puro racismo. Porque ninguém fala sobre o fascismo da seleção da Croácia? E o que é pior, o racismo disfarçado de uma discussão sobre o que se denominou “Seleção Multicultural”, incentivada pela Croácia. Alguns vídeos foram retirados do YouTube. É o fascismo em Ascensão? É o Brasil que não lê, não se informa, que precisa urgente de informação? 

Então é imperioso resgatar a história da gloriosa seleção francesa: Já nas suas primeiras décadas, havia nos Bleus, jogadores considerados de origem "não-genuinamente" francesa, sendo filhos de imigrantes, mas nascidos na França que preferiram defender a terra que os acolheu. Os árabes sempre estiveram presentes na composição da seleção francesa. Se recentemente jogaram ou jogam os descendentes de argelinos Zinédine Zidane, Karim Benzema e Samir Nasri. A França já foi defendida por jogadores diretamente vindos da ex-colônia argelina: Joseph Alcazar na Copa do Mundo de 1934, Abdelkader bem Bouali e na Copa do Mundo de 1938, Abdelaziz bem Tifour na Copa de 1954 e William Avache na Copa de 1986.Christian Lopez, nascido na Argélia é filho de colonos espanhóis.  Há também Hatem Bem Arfa, tunisiano, Abderrrahmane Mahjoub e Adil Rami de origem marroquina jogou na copa de 1954.

A Seleção Francesa foi uma das primeiras seleções europeias a recrutar um negro: o primeiro deles foi Raoul Diagne, da Copa do Mundo de 1938, da Guiana Francesa, onde nasceu Florent Malouda do elenco atual, atualmente composto em maioria por afrofranceses. Os dois primeiros a se destacarem de verdade na Seleção foram Marius Trésor e Lilian Thuram de Guadalupe e Jean Tigana de Mali, de onde veem Alou e Lassana Diarra e Moussa Sissoko. Patrick Vieira e Patrice Evra nasceram no Senegal Senegal, de onde vem as origens de Bafétimbi Gomis, Bacary Sacary, Alv Cissokho e Mamadou Sakho. Claude Makélélé e Steve Mandanda vieram da atual República Democrática do Congo, de onde vêm as raízes de N’Zogbia e M’Vila. Blaise Matuidi é de origem angolana. Com origens em Guadalupe, mas nascidos na França, são Thirry Henry (com raízes também em Martinica, assim como Jimmy Briand, Éric Abidal e Nicolas Anelka e onde nasceu Gérard Janvion), Louis Saha, Sylvain Witord, Mikael Silvestre, William Gallas, Gael Clichv, Pascal Chimbonda e Bernard Diomède. Dibril Cissé e Abou Diabv são filhos de imigrantes da Costa do Marfim, enquanto Sidney Gavou e Rod Fanni possuem ascendência em Benin. Jean-Alain Boumsong é camaronês e Marcel Desailly é ganense adotado por um diplomata francês. Florent Sinama-Pongolle, Dimitri Payet e Guillaume Hoarau vieram da ilha africana de Reunião, de onde vem as origens de Benoit Tremoulinas. Polinésios são, Christian Karembeu, Frédéric Piquionne (nascidos na Nova Caledônia), Pascal e Marama Vahirua (vindos da Polinésia Frnacesa). Vikash Dhrasco, por sua vez, tem raízes em uma comunidade hindu das Ilhas Maurício. Alguns dos mais famosos jogadores da França têm origem italiana: Michel Platini e Roger Piantoni. Da atual geração, os mais famoso são Sébastien Squillaci e Mathieu Flamini.Pela seleção da França passaram jogadores  da ilha de Malta, da Alsácia-Lorena, Austria, Luxemburgo e Suíça, Polônia, Ucrânia, Rússia, Espanha, Argentina. Não fizeram parte dos Bleus, os franceses. Somente minorias étnicas da França.

Mais uma vez a revolucionária França, diz a que veio. E o time vitorioso na Copa do Mundo de Futebol de 2018 descrito a seguir:

Samuel Umtiti - é um futebolista camaronês naturalizado francês que atua como zagueiro. Atualmente defende o Barcelona. 

Presnel Kimpembe - futebolista franco-congolês, que nasceu em Beaumont-sur-Oise, França e atua como zagueiro e lateral-esquerdo. Atualmente defende o Paris Saint-Germain.

Djibril Sidibé - futebolista francês nasceu em Tryes, França e atua como Lateral-direito. Atualmente defende o Monaco.

Steve Mandanda - é um futebolista congolês naturalizado francês, que atua como goleiro. Atualmente joga pelo Olympique de Marseille. É ídolo no Olympique de Marseille time que mais defendeu em sua carreira.

Nabil Fékir - futebolista francês de origem argelina que atua como meia. Atualmente, joga no Lyon. Formado pelas categorias de base do Lyon, ele foi promovido a equipe principal em julho de 2013.

Paul Labile Pogba - francês guineano, é um futebolista francês que atua como meia. Atualmente defende o Manchester United

Corentin Tolisso – Francês Togolês é um futebolista francês da seleção francesa, que atua como meia. Atualmente, joga no Bayern de Munique.

Benjamin Mendy -  futebolista francês de ascendência senegalês e atua como lateral-esquerdo. Atualmente, defende o Manchester City.

Steven N'Zonzi - é um futebolista francês nasceu em de la Garenne-Colombes, França, com ascendência congolesa. Atualmente, joga pelo Sevilla.

Adil Rami - futebolista francês de ascendência marroquina, nasceu em Bastia, França, que atua como zagueiro. Defende atualmente o Olympique de Marseille.

N'Golo Kanté - futebolista francês que atua como volante, nasceu em Paris, com ascendência maliana. Atualmente defende o Chelsea Football Club

Ousmane Dembélé - é um futebolista francês que atua como ponta. Nasceu em Vernon, na França e tem ascendência mauritano. Atualmente defende o Barcelona

Kylian Mbappé - futebolista francês que atua como ponta. Nasceu em Bondy, França e possui ascendência camaronês. Atualmente defende o Paris Saint-Germain.

Blaise Matuidi -  futebolista francês que atua como volante. Nasceu em Toulouse, França e possui ascendência angolano. Atualmente, joga pela Juventus.

Diz a que veio, mostrando ao mundo como resgatar a discriminação racial, como inserir 14 sujeitos, heróis, que se multiplicarão exponencialmente em outros, mostrando como a França resgata lentamente, seus débitos com a discriminação racial e imigratória. Revolucionariamente, como é próprio da França, vencendo uma copa do Mundo de Futebol na Rússia em 2018, vencendo o fascismo da seleção da Croácia da mídia europeia, dos países euroasiáticos, e surpreendentemente do Brasil, escondido pela mídia fascista e racista. Cada sujeito precisa se interrogar sobre seu racismo, crime inafiançável, ao falar da seleção da França. Na terra somos todos imigrantes. E a cor de nossa pele é não só hereditária, mas principalmente circunstancial. Nossa alma não tem cor, é energia.

#vivaaFrança

#vivaaSeleçãodaFrança

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sele%C3%A7%C3%A3o_Francesa_de_Futebol

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