19 de janeiro de 2013

EDITORIAL


Nas reflexões sobre Caminhos da Psique percorreremos pelos caminhos das palavras, das intuições, das representações, dos significantes... Que caminhos são esses que o homem desde os tempos primeiros se interroga? E de qual psiquismo? Um psiquismo que através dos tempos, se interroga se auto define e se autodenomina: alma, psique, psicológico, consciência, inconsciente? Caminhos tecidos, enriquecidos nas lutas, conquistas e provações da vida; Caminhos de sublime luz única; Caminhos que ao percorrerem espinhos e asperezas vão se lapidando, brilhando em todas as cores; Caminhos que vão se transformando em diamantes valiosos; Caminhos que se perdem e se encontram como destinos cujas leis seguem o curso dos rios; Caminhos de dor que se tornam fortes, transformadores; Caminhos que transcendem os instintos da condição de ignorância do homem e alcançam sublime amor; Caminhos que não possuem tempo nem lugar; Caminhos incontáveis como a areia do mar, as estrelas, as galáxias; Caminhos infinitos que se cruzam tecendo fios invisíveis de ternura dando a condição do humano, um Ser que pertence ao universo, integrado a sua harmonia, como o átomo, o éter, a gravidade, a energia, a luz, o som, o desdobramento.

Por certo vivemos em um planeta que passa por constantes transformações, mas que faz uma órbita de perfeito equilíbrio em torno de uma estrela para manter a vida dentro de si equilibrada, pelas leis que regem a natureza e a vida. Sem a lei não é possível o caminho da transformação. Difícil para nós integrarmos esse equilíbrio: muitas dores, sofrimentos, fomes, ódios, guerras, entre indivíduos, comunidades, países, para que o “vencedor” ocupe um “lugar”, um “tempo” de poder como troféu, como se esse existisse. Pura fantasia, ilusão, delírio, alucinação? Assim nos distanciamos do equilíbrio interno e alimentamos a vaidade, a prepotência, arrogância, o narcisismo, a perversão. Nessa complexidade entre a luz e a escuridão, a ignorância vai lentamente se dissipando através do conhecimento, como uma nevoa de ilusão, A ferida narcísica continua demandando um dispêndio de energia para manter esse lugar fictício. Mas “sair” desse lugar é ocupar outra posição, é se implicar, lidar com sua falta, com o seu ser falível, com seu Ser "dividido", com um inconsciente, um consciente e quem sabe um supra consciente a caminho de uma unidade indissolúvel. É assumir a condição de “demasiado humano” e assim tornar-se mais que humano. Portanto os caminhos da psique são complexos, individuais, coletivos, infinitos, mas estão de alguma forma entrelaçados em toda sua beleza, como fios de luz dourada a percorrer, onde um encontra o outro, se encontra e se encontram, caminham juntos. A paz tão sonhada dentro de cada um, em cada país, em cada região deve ser construída no dia a dia nas pequenas transformações que cada pessoa, comunidade, consegue fazer nesta direção. Aqui é um dos pequenos pontos que se ligarão a outros pontos de encontros, para percorrerem juntos esses caminhos, como a fictícia linha do tempo, do amor, mas que se reflete nas formas invisíveis de todo o universo.

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