A natureza possui uma linguagem, que lhe é própria. Então Todos
os seres no planeta são nossos irmãos, o minúsculo inseto, cumpre a lei e sua
função, seu dever no tempo e no espaço. O que denominamos recursos como a água,
rios florestas montanhas, vales e até o que denominamos por raça, mais evoluída
no planeta, ou seja, o homem, que se utiliza do que ele denomina inteligência, para
destruir o outro, a natureza, que nada mais é do que ele mesmo, destruído assim
seus irmãos, sua casa, como se a lei do universo, não fosse uma lei de causa e
efeito, onde a destruição de suas ações, seu desejo de poder, sua arrogância
nas palavras e ações, não ressoasse sobre si mesmo, pelas palavras que
proferiu, pelas ações que executou.
Nessa existência que vivemos as palavras, nos humanizou, e nos
acompanha, qual sombra, pela sonoridade, pelas ideias, e sentimentos que emitem
ou são o espelho de sentimentos intraduzíveis. Escutá-las ou lê-las encontramos
sonoridades diferentes, pois quem escuta em uma subjetividade, pode ler em
outra subjetividade. A palavra pode ser carregada de leveza, amorosidade, caricia,
amor ou violência. É assim que a palavra possui uma enigmática alquimia. É
quase um mistério, para quem o escreve ou fala. Reinos já se pacificaram ou
guerrearam por causa dela. O profeta Muḥammad
advertia contra “esses homens que erram pelos vales e dizem o que não
sentem”. A esta habilidade do escrever,
traduzi-los é o abismo da linguagem, e se pensarmos nos idiomas, só é possível
compreendê-los como sentimento. A palavra antecede o ato da leitura, porque
está na origem da evolução humana, da troca, da transformação. Possui um
significado, um significante muito da subjetividade de cada pessoa. Cada
palavra possui seu mistério, seja no discurso do sujeito, nas religiões, nas
diversas culturas e idiomas. Essa cumplicidade que nos une pela palavra é porque
compartilhamos os mesmos símbolos, significantes, das similitudes. É o que nos
une. A barreira da palavra está no fundamentalismo das ideias e conceitos
A palavra é poesia, ao ser pronunciada, evoca uma sonoridade
musical que desencadeia sentimentos, representações, significados,
significantes profundos, muitas vezes indizíveis. Se a palavra fala, a voz é
como uma música, é porque possui uma sonoridade, uma frequência energética em
hertz, que desencadeia um turbilhão de emoções. A voz pode ser como um mantra a
depender da forma e frequência em que as palavras são pronunciadas. E isso vem
da energia, da catexia. Casa voz possui uma melodia, em várias tonalidades a
inspirar os sentimentos mais nobres existentes ou não. Que as palavras e os
idiomas possuem uma melodia, não há o que interrogar. Mas para além das
palavras e de como essas são escritas ou pronunciadas, está a forma como é lido
um texto. Embora a pronuncia ou a oralidade da fala, é que encanta, em sua
energia iluminada envolve não só os sentidos e sensações, mas a energia de quem
escuta, lê ou intui. As redes sociais de certa forma suprimiram, em grande
parte, essa sonoridade, pela configuração. Mas a musicalidade da oralidade, através
das palavras não se perde, o que faz as pessoas se conectarem com seus afins ou
permitirem que sua energia vá se afinizando, com a energia, que em primeiro
plano não se apresentava com grande afinidade. Então voz e a palavra é música. Música
da alma, da essência do ser. A questão é a afinidade musical entre os seres,
que interagem entre si. Não é por acaso que depois da visão a voz e a palavra é
um recurso pessoal de aproximação entre os seres. O ar o vento está cheio de
voz, palavras e pensamentos. E em um futuro longínquo será o pensamento. As
pessoas estarão se conectando entre si pelo pensamento, com os pensamentos
musicais afins. Então os pensamentos habitarão as entranhas da alma,
alimentar-se-á dos sonhos e cada ser nascerá para si e para o outro. Seja esse
outro um humano, a natureza ou o universo.
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