29 de dezembro de 2014

Fragmentos lacanianos...


“A constelação – por que não, no sentido que dela falam os astrólogos? -, a constelação original que presidiu ao nascimento do sujeito, ao seu destino e quase diria à sua pré-história, a saber, as relações familiares fundamentais que estruturam a união dos pais, mostra ter uma relação muito precisa, e talvez definível por uma fórmula de transformação, com o que aparece como o mais contingente, o mais fantasístico, o mais paradoxalmente mórbido de seu caso, a saber, o último estado de desenvolvimento de sua grande apreensão obsedante, roteiro imaginário a que chega como se fosse à solução da angústia ligada ao desencadeamento da crise”.

“A constelação do sujeito é formada na tradição familiar pelo relato de um certo número de traços que especificam a união dos pais”.

“Eis, portanto como se apresenta a constelação familiar do sujeito. O relato dela vai saindo, fragmento por fragmento, durante a análise, sem que o sujeito estabeleça qualquer ligação com o que quer que seja que aconteça de atual”.

“A constelação onde cada sujeito deve ocupar seu lugar de forma equilibrada, para manter a harmonia do circulo do qual faz parte, embora possa não corresponder a sua essência ancestral, insere-se em sua provação no núcleo familiar do qual faz parte” (p.19 – 21).
LACAN, Jacques - O Mito Individual do Neurótico – Jorge Zahar Editores, 2008

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