“A
constelação – por que não, no sentido que dela falam os astrólogos? -, a
constelação original que presidiu ao nascimento do sujeito, ao seu destino e
quase diria à sua pré-história, a saber, as relações familiares fundamentais
que estruturam a união dos pais, mostra ter uma relação muito precisa, e talvez
definível por uma fórmula de transformação, com o que aparece como o mais
contingente, o mais fantasístico, o mais paradoxalmente mórbido de seu caso, a
saber, o último estado de desenvolvimento de sua grande apreensão obsedante,
roteiro imaginário a que chega como se fosse à solução da angústia ligada ao
desencadeamento da crise”.
“A
constelação do sujeito é formada na tradição familiar pelo relato de um certo
número de traços que especificam a união dos pais”.
“Eis,
portanto como se apresenta a constelação familiar do sujeito. O relato dela vai
saindo, fragmento por fragmento, durante a análise, sem que o sujeito
estabeleça qualquer ligação com o que quer que seja que aconteça de atual”.
“A
constelação onde cada sujeito deve ocupar seu lugar de forma equilibrada, para
manter a harmonia do circulo do qual faz parte, embora possa não corresponder a
sua essência ancestral, insere-se em sua provação no núcleo familiar do qual
faz parte” (p.19 – 21).
LACAN,
Jacques - O Mito Individual do Neurótico – Jorge Zahar Editores, 2008
Nenhum comentário:
Postar um comentário