29 de novembro de 2014

Poesia - O deserto


Minh’ alma caminha,
na lembrança, a aridez do deserto,
nas feridas, as dores que não cicatrizaram,
nas dores, a solidão da saudade,
nenhuma nuvem, nenhuma chuva
o vento traz a areia,
que toca a alma,
ranhuras que vão se incrustando,
uma ostra no fundo do mar,
um carvão no centro da terra,
uma poeira estelar,
que continua andar pela dor,
ao retornar o caminho,
uma luz suave,
leva sua vestimenta,
necessita dormir por um tempo,
que não é um tempo, 
a luz vai e volta,
e assim a alegria aos poucos retorna,
pela presença amorosa,
e a suavidade sopra seus ventos
trazendo o frescor da chuva
em gotas de safiras.
Myriam’aya

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