Los
zaireen (peregrinos) del Imam Hussain ع
Escrito
por Ibrahim Muhammadi e narrado por Karam Jeelani
Muitos são os documentários,
registros históricos acerca das peregrinações religiosas, espirituais, em
diversas partes do planeta. Todos com muitos olhares, leituras, significados. A
história da peregrinação de Najaf e ao santuário
de Hussein em Karbala no Iraque, remete a complexa tragédia que envolveu al-Ḥusayn
ibn ‘Alī ibn Abī Ṭālib,
sua familia e amigos em 623dc. Hussein, é venerado pelos muçulmanos xiitas,
porque ele se recusou a jurar lealdade a Yazid o califa Omíada, porque ele
considerou o estado dos Omíadas injusto. Então deixou Medina, sua
cidade natal, e viajou a Meca.
“O povo de Kufa
enviou cartas a ele, pedindo sua ajuda e comprometendo-se com sua
fidelidade a ele. Ele viajou para Kufa. Em Karbala sua caravana foi
interceptada pelo exército de Yazid. Ele foi morto e decapitado na batalha de
Karbalaem 680dc por Shimr Ibn Thil-Jawshan. O memorial anual para ele, sua
família, seus filhos e sua As'haab (acompanhantes) é chamado Ashura. Hussein e
seu irmão Abbas ibn Ali foram os últimos descendentes de Muhammad que
falou: “quem ama o amou e quem odeia tem o que odiava”.”
“Muhammad
comparou o nascimento milagroso de Jesus com a criação de Adão - que
nasceu sem uma mãe, sem o pai – e assim como profeta, trouxe sua filha Fátima,
o filho da lei Ali ibn Abi Talib, e os seus dois netos, Hasan e Husayn, e
voltou para os cristãos e lhes disse: "Esta é minha família, o (Ahl
al-Bayt)" e ela é sua família coberta com um manto. No Alcorão
Muhammad falou sobre igualdade racial e justiça. As diferenças
tribais e nacionalistas foram desencorajados. Mas após a morte de Muhammad, as
velhas diferenças tribais entre os árabes começaram a ressurgir. Após
as guerras romano-persas e as guerras bizantino-sassânidas e as,
raízes profundas da diferenças entre o Iraque, anteriormente sob o império
persa sassânida, e da Síria, anteriormente sob o império bizantino, também
existia. Cada um queria a capital do estado islâmico recentemente estabelecido
para a sua área”.
“O estado que
Muhammad estabeleceu foi de acordo com a jurisprudencia econômica
islâmica. Os direitos das diferentes comunidades, instituiu uma série de
direitos e responsabilidades para os muçulmanos, judeus, cristãos e as
comunidades pagãs de Medina, trazendo-os dentro da tampa de uma
comunidade. A Constituição estabeleceu: a segurança da comunidade, a
liberdade religiosa, o papel de Medina como um lugar sagrado (com exceção de
toda a violência e as armas), a segurança das mulheres, as relações tribais
estáveis dentro Medina,
um sistema fiscal para apoiar a comunidade em tempo de conflito, os parâmetros
para alianças políticas exógenas, um sistema de concessão de proteção das
pessoas singulares, e de um sistema judicial para a resolução de litígios em
que os não-muçulmanos também poderiam usar as suas próprias leis. Todas as
tribos assinaram o acordo para defender Medina de todas as ameaças externas e
de viver em harmonia entre si. Os mesmos direitos foram posteriormente
aplicados a todas as comunidades como o estado expandido fora de Medina. No
passado Ali, Hasan e Husayn tinha dado fidelidade aos três primeiros califas
quando eles respeitaram estas condições. Mas Yazid I era opressivo e
Husayn sentia que era seu dever religioso para confrontá-lo e enviar uma
mensagem para as gerações futuras, no qual, governantes opressivos que tiraram
os direitos das pessoas não deve ser dada a fidelidade”.
Dado esse
pequeno relato histórico, https://pt.wikipedia.org/wiki/Husayn_ibn_Ali para
compreendermos a dimensão dessa peregrinação de Najaf to Karbala, realizado por
Safar e Roobani – viagens espirituais - Episódio 01. Algumas falas são
expressivas por tocar a alma humana:
“É certo que viajar é uma grande
maneira de aprender coisas novas... algumas viagens que só nos ensinam, deixam
uma marca em nossos espíritos”. “Viajes a Medina, Mashad, Najaf, Karbala,
Kadhimayn, Samara, Damasco são todas viagens espirituais”.
“...iremos juntos de Najaf a Karbala,
também a pé”.
“Juntos com milhões de peregrinos que
participam nesta caminhada cada ano... e tanta gente disposta a ajudar a estes
viajantes eleitos”.
“Estes viajantes são os visitantes –
os “zair” (peregrino) Del imam Hussein (Alahis Salam)... estes peregrinos
viajam de Najaf e Karbala a pé”.
“O número de pessoas reunidas para
ajudar a estes visitantes e o nível de serviço sincero que proporcionam é
inédito... me perguntei por um segundo, se estes provedores de serviços eram
seres humanos ou alguns outros seres mundanos?”
“Ou foram enviados por Allah para
prover serviço ao zair dos mártires de Allah e ao rei dos mártires. Esta viaje
de Arbain, de Najaf e Karbala, toma cerca de 3 a 4 dias, em que participam
pequenos, grandes, idosos, mulheres, homens, todos tomam parte.
Esta viagem começa em Najaf-al-ashraf,
desde o santuário de León de Allah, El Imam Ali (as) e termina no santuário de
seus filhos, Maula Hussein (as) e Maula Abbas AS)”.
“...mais de dois milhões de
peregrinos chegam a a Karbala para render homenagem aos mártires de Karbala. O
zair de Imam vem de diferentes partes do mundo. Tem suas próprias maneiras de
mostrar sua devoção depois de chegar a alli”.
“Em Arbain, pessoas de diferentes
cores e raças, provem de diferentes países, demonstram seu amor aos mártires de
karbala conforme suas próprias tradições, Demonstram seu amor aos mártires de
karbala conforme suas próprias tradições. Cada olho está molhado, e cada
coração está desgarrado pela dor. Em Arbain todo mundo tem um método pessoal de
expressar sua dor”.
“Nesta larga caminhada de 3 a 4 dias
milhares de pessoas se reúnem em toda a rota para ajudar a estes zaireen.
Tentam que nenhum zaireen enfrente a menor dificuldade”. “E inclusive se há um
momento de esgotamento ou de angustia em qualquer momento, o zair não se
encontra só e sim ajuda nesse momento.
Se alguém está cansado e quer
descansar todas as casas no caminho se abrem para ele”.
“E os donos das casas se convertem em
serventes para os zaireen. Estas casas tem a melhor das instalações, para
satisfazer todas as necessidades del zair. Café da manhã, chá, camas, mantas e
inclusive presentes especiais para carregar os telefones dos zaireen. A
satisfação em seus rostos depois de servir os zaireen, é o olhar que se tem a
crê-lo. Aqui ninguém te pergunta sobre sua religião e tua seita. Aqui
cada zair é um honrado. E cada zair é tratado como realeza. Se alguém quer ver
a unidade e quer ver os ensinamentos do santo profeta sendo seguidas, ele pode
participar nesta caminhada em Arbain e ver”.
“Depois de ver tudo isto, tenho me
dado conta de que quando um muçulmano, ou seja, todo ser humano é honrado,
independentemente de sua religião ou seita, não pode haver divisões profundas
dentro do Islam. Depois de olhar tudo aqui estou agora muito seguro, que a
imagem da violência e o ódio são só o resultado de conspirações estrangeiras.
Aqui claramente vi a verdade, que o enorme repeito por todos os seres humanos é
uma grande parte do Islam e este tipo de serviço e respeito não se encontra em
nenhum outro lugar. Dando refugio a todos os peregrinos pelo caminho,
dando-lhes chá, café, água, e incluso panuelos”.
“A esta comunidade que abre suas
portas e corações para o serviços aos zaireen (peregrinos), ofereço minhas
saudações. Pessoas que não tem nem uma casa para dar aos zaireen, nem comida,
nem nada mais, também estão comprometidas em servir aos zaireen, as vezes
massageando seus pés e outras vezes alentando-os e animando-os”.
“Os serventes dos zaireen, como se
chamam a si mesmos, se apressam a servir aos visitantes ao santuário de Imam
Hussein (as), como se estivesse conseguindo um grande tesouro por fazê-lo. Não
deixam uma só oportunidade de servir aos importantes convidados de Imam. E não
tomam nenhum dinheiro ou favores dos zaireen por seus serviços. Se alguém quer
dar dinheiro, se enfadam e pedem aos zaireen que não os mantenham longe das
recompensas de Imam Hussein (as)”.
“Tenho visto a gente asistir ao zair
do Imam Hussein (as) e Hazrat Abbas (as) com tanta humildade. Quando vi que um
homem, com extrema humildade, se coloca de joelhos, distribuindo dàtiles aos
zaireen, também com sua filha, como se pedisse aos zaireen, que passe por ela
para dar-lhe a oportunidade de servir-lhes. Allah é grande!”
“Ao longo de todo o caminho, gritos
de ya zair, ya zair, ecos no ar. Por toda parte os serventes dos zair vem
pedindo ao zair de Hussein: oh! Zair, toma algo de nós outros! Oh! Zair dá-nos
a oportunidade também! Come algo, bebe algo, descansar por um tempo em nosso
lugar. Vos outros sois os amantes do profeta y sua progênie! Vos outros vais
para El ziarat do neto do profeta. Se Vos outros estais felizes com nosotros,
inclusive da maneira más pequeña, seria o maior logro de nossas vidas!”
“Tanto respeito! Tanto respeito
e honra! Para que? Só porque ele é um zair deste oprimido Imam, que foi
martirizado, sedento neste deserto! Este respeito é em realidade do neto do
profeta! Do invicto Abbas, o portador da bandeira, dos mártires da Karbala, de
seus seguidores, de seus amantes”.
“Depois de olhar esta inspiradora
viagem prometamo-nos, respeitarmos um ao outro como sempre foi, porque todos
somos seguidores do profeta e sua família e somos seus amantes, deixemos
acordar, que vamos aprender a renunciar e serviremos a humanidade com todo que
temos e não deixaremos de mover uma pedra para fazê-lo”.
Depois de refletirmos sobre a
Arquitetura Psíquica do ódio, colocamos nosso olhar nessa peregrinação e no
quanto todos nós enquanto humanidade, irmãos, seja qual for à denominação de
fé, estamos longe da profunda caridade, irmandade, e paz. A dor que nos corroí
faz com que construímos muros, onde deveria haver passagens, construímos
preconceitos, onde deveria haver tolerância, empatia, construímos desrespeito
onde deveria haver cuidado com o outro, construímos intolerância onde deveria
haver compreensão, construímos traição onde deveria haver lealdade, construímos
maldade onde deveria haver bondade. A peregrinação a Karbala, nos ensina que
nessa forma de expressão da espiritualidade, se colocarmos nosso olhar atento e
fino, estão todas as formas de manifestação espiritual, com talvez, pequenas
diferenças, se é que essas existem. Ao mudarmos o olhar vamos enxergar o quanto
à humanidade clama por uma forma justa de viver, o quanto clama por uma
espiritualidade que lhe dê paz e encha os corações de amor. Que 2017 seja uma
pequena fagulha de tempo, um tempo, que não se conta, mas importante, na
construção dos corações de amor.
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