Ao pensar
na história da humanidade, pensamos na nossa própria história, nos percursos
das ideias e ideais que buscamos construir no sentido da incessante busca de
sublimação e evolução. Por certo nossa civilização encontra-se em um momento de
interrogações sobre os caminhos seguidos nos últimos séculos. A ciência do
pensamento, se é que podemos chamar assim, a filosofia, depara-se hoje com
incógnitas sobre a manutenção da vida no planeta. Podemos dizer que o século XX
e XXI caracteriza-se pela insegurança quanto à continuidade da vida no planeta,
frente ao esgotamento dos recursos naturais. Nos primórdios o homem interrogava
sobre a existência de Deus e a vida em outros mundos, a seguir a teologia e a
moral ocuparam as especulações racionais e a exegese passou a ser uma forma de
esterilizar essas reflexões. Mas a metafísica vem recolocá-las mais distantes
das paixões. Se a forma de conhecer os objetos do conhecimento da razão mudou
ao longo dos séculos, ora com ênfase na sensibilidade, nos sentidos, ora no intelectualismo,
no entendimento, onde os objetos verdadeiros são fruto de uma “intuição de um
entendimento puro”, não necessitando dos sentidos. Do empirismo de Aristóteles,
a noologia de Platão, do Ser enquanto Ser percorre-se o método naturalista e
científico. “O naturalista da
razão pura toma por princípio que, por meio da razão comum sem ciência, pode
conseguir-se muito melhores resultados, com respeito às questões mais sublimes,
que constituem o tema da metafísica, do que pela especulação. Afirma, assim,
que se pode determinar mais seguramente a grandeza da lua e a distância a que
se encontra da terra pela simples medida visual do que pelos tramites da
matemática” (p.673). A
grandeza do método cientifico é a via crítica, sistemática, sem cair no dogmatismo
ou no cepticismo. Ao olharmos os eventos do mundo atual vemos a balança pender
para um lado ora para outro, sem encontrar seu equilíbrio. Então todos os
objetos são distanciados pelos extremismos, que se aproximam de ideias
delirantes. A razão enquanto categoria do humano não encontra assim a ‘Si’
mesma; percorrendo caminhos obscuros. Por certo ainda não alcançamos
experiência da razão pura que prescinda da prática, porque sem a lei e a moral
a civilização não se constitui enquanto tal.
Referencia
KANT, Immanuel – CRÍTICA DA RAZÃO
PURA ( A História da Razão Pura) – Edição da Fundação Calouste Gulbenkian
– 6ª Edição – Lisboa/2008
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