Eis o homem perdido em mil clonagens
no infinito mar das perspectivas,
as coisas todas virtualmente vivas
só no fluir contínuo das imagens.
em perene devir e rodopio,
a jogar com a luz o desafio
de aparecer tão logo cesse a treva.
Talvez sejas o duplo que se oculta
amargando no fundo da consciência
numa contradição que sempre avulta:
o desejo perene de mudança
mas não, como a do espelho, com carência
do próprio ser, por nunca ter lembrança.
Miguel Reale
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