8 de março de 2013

Memórias Ancestrais


“quando levamos em conta o superego, estamos dando um passo importante para a nossa compreensão do comportamento social da humanidade — do problema da delinquência, por exemplo — e, talvez, até mesmo estejamos dando indicações práticas referentes à educação. Parece provável que aquilo que se conhece como visão materialista da história peque por subestimar esse fator. Eles o põem de lado, com o comentário de que as ‘ideologias’ do homem nada mais são do que produto e superestrutura de suas condições econômicas contemporâneas. Isto é verdade, mas muito provavelmente não a verdade inteira. A humanidade nunca vive inteiramente no presente. O passado, a tradição da raça e do povo, vive nas ideologias do superego e só lentamente cede às influências do presente, no sentido de mudanças novas; e, enquanto opera através do superego, desempenha um poderoso papel na vida do homem, independentemente de condições econômicas”. (Freud, p.73 – Conf.XXXI)

Neste recorte da Conferencia XXXI Freud evidencia a importância das condições socioeconômicas na construção do sujeito, como remete também a reflexão sobre a humanidade e de como a história de todas as civilizações determinam o que somos hoje, ou seja, podemos falar de uma memória ancestral e da evolução que a psique humana sofre ao longo da história da humanidade e da própria historia individual.

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