“quando
levamos em conta o superego, estamos dando um passo importante para a nossa
compreensão do comportamento social da humanidade — do problema da
delinquência, por exemplo — e, talvez, até mesmo estejamos dando indicações
práticas referentes à educação. Parece provável que aquilo que se conhece como
visão materialista da história peque por subestimar esse fator. Eles o põem de
lado, com o comentário de que as ‘ideologias’ do homem nada mais são do que
produto e superestrutura de suas condições econômicas contemporâneas. Isto é
verdade, mas muito provavelmente não a verdade inteira. A humanidade nunca vive
inteiramente no presente. O passado, a tradição da raça e do povo, vive nas
ideologias do superego e só lentamente cede às influências do presente, no
sentido de mudanças novas; e, enquanto opera através do superego, desempenha um
poderoso papel na vida do homem, independentemente de condições econômicas”.
(Freud, p.73 – Conf.XXXI)
Neste recorte da Conferencia XXXI Freud evidencia a importância das condições
socioeconômicas na construção do sujeito, como remete também a reflexão sobre a
humanidade e de como a história de todas as civilizações determinam o que somos
hoje, ou seja, podemos falar de uma memória ancestral e da evolução que a
psique humana sofre ao longo da história da humanidade e da própria historia
individual.
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