27 de abril de 2013
“Doenças Silenciosas” e Narcisismo
22 de abril de 2013
"O céu é constante, a terra é duradoura"
21 de abril de 2013
Psiquismo e Cura
“Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer,
mas num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e
estamos destinados a cair doentes se, em consequência da frustração, formos
incapazes de amar”. Freud
“Chamamos um comportamento de ‘normal’ ou ‘sadio’ se repudia a realidade tão pouco quanto uma neurose, mas se depois se esforça, como faz uma psicose, por efetuar uma alteração dessa realidade”. Freud
14 de abril de 2013
A “Ilusão” necessária ao real e o real como algo “intangível”
Civilização humana é tudo aquilo que se eleva a condição animal. O conhecimento adquirido pelo homem implicou em certo “controle das forças da natureza” e assim extrair a riqueza que ela fornece para suas necessidades, que através de relações humanas equitativas e distribuição da riqueza disponível da vida na terra. As relações são influenciadas pela satisfação instintual que a riqueza torna possível; em outro sentido o homem pode, ele próprio, funcionar como riqueza em relação a outro homem da mesma forma “as criações humanas são facilmente destruídas, e a ciência e a tecnologia, que as construíram, também podem ser utilizadas para sua aniquilação” (p.16). Será que é possível distanciarmo-nos e avaliar o grau de evolução da civilização do humano ou se pouco avançou e esse avanço fica mascarado pelas descobertas tecnológicas? As tendências destrutivas, antissociais, são muito fortes e determinam o comportamento dos indivíduos em sociedade. Necessário é diminuir o custo das demandas instintuais reconciliando-os, direcionando-os, encontrando no autoconhecimento a possibilidade de renuncias a domínios próprios dos desejos instintuais. Assim a educação pela supremacia da razão e sublimação dos instintos agressivos e violentos podem levar os homens à construção de uma nova civilização.
7 de abril de 2013
Violência e Instintos
Se a guerra e a violência foi ou é uma forma de estabelecer a lei é porque há como diz Freud há um “instinto de ódio e destruição”. Se a espécie humana ainda é movida por instintos de selvageria é porque nos habita o desejo da agressão e destruição. Por isso Freud dirá que:
6 de abril de 2013
História da Arte - História da Vida
"Viver é uma Arte"
Não vivemos isolados nesse mundo. A cada dia entramos em contato com diversas pessoas e contextos, sejam eles habituais a nós ou totalmente novos. Em nossas interações trocamos vivências, experiências, aprendizados. Sempre deixamos algo de nós e levamos algo do nosso próximo, no entanto, o que deixamos ou o que levamos nem sempre se trata de coisas boas, agradáveis
Cada pessoa tem um modo singular nesse mundo, ao mesmo tempo em que somos todos iguais, somos todos diferentes e quanto! Seria muito mais fácil se nós nos relacionássemos com pessoas que só pensassem, agissem e fizessem coisas iguais a nós. É...realmente seria bem mais fácil. Viver em um lugar onde o atrito, a discordância, o ponto de vista diferente ao seu não existisse. Já pensou? Como se fosse uma língua universal, um único padrão a ser seguido.
Tomara que você não tenha cogitado essa ideia! Pense no quão fastidioso seria. Já pensou que às vezes nem mesmo a gente se aguenta? Então, já pensou o que seria de nós se não tivéssemos nosso amigo que não precisa ouvir nada de nós, só de olhar percebe algo de errado conosco ou aquele outro amigo mal humorado, mas tão mal humorado que chega a ser engraçado, ou daquela pessoa que nem conhecemos, mas nos consola simplesmente ao dizer: “oi, tudo bem”?
A comunicação e as interações sociais são essenciais em nossas vidas, seja para transmitirmos ou compartilharmos informações, experiências ou vivências pessoais. Alguém já disse que “viver é uma arte”. É sim! E nesse mundo somos todos artistas. Artistas na arte de conviver com nossos semelhantes.
Para que essa convivência seja mais harmônica nos é exigido algumas habilidades para que nossas interações possam ser mais agradáveis e bem sucedidas. A assertividade se enquadra como uma dessas habilidades. Mas, o que significa ser assertivo? A pessoa assertiva é habilidosa em expressar o que sente, deseja e pensa de modo socialmente adequado, ou seja, consegue expor a sua posição sem desrespeitar o seu interlocutor.
Você já vivenciou ou já ouviu falar que alguém ficou chateado, nem tanto pelo o que a pessoa disse, mas pelo modo como ela se expressou? Talvez, essa pessoa tenha dito tudo o que gostaria de falar, mas de forma agressiva, irritada. Dessa maneira a outra pessoa pode se sentir ofendida com esse tipo de postura. Avaliar as circunstâncias em que se está envolvido, ponderar o tom de voz e as palavras ditas pode permitir um êxito maior quando se está presente em alguma situação adversa ou diante de um problema que nos exige uma posição para solucioná-lo. Saber o que, como e quando falar permite uma melhor convivência com a diversidade de sentimentos, pensamentos e opiniões com que nos deparamos cotidianamente e também permite uma maior qualidade nas nossas interações.
Por Camilla Silva Baltazar
5 de abril de 2013
Filosofia - Caminho e Virtude
4 de abril de 2013
Direitos Humanos - Prisões
Em 19/03/2013 o Zamanfrance, (desativado) par Mehmet
Dinc publicou a matéria sobre a prisão e morte de turcos que vivem na França
com o título “A abertura de uma investigação após a morte suspeita de prisioneiros
turcos”. A reportagem
coloca que “Segundo o relatório do Observatório Internacional das Prisões, as condições
de detenção na França são as mais execráveis da Europa. De mortes misteriosas e
suicídios são reportados a cada três dias". A associação que apoia
as famílias em processos judiciais, disse que, desde 2010, 309 presos morreram
ou cometeram suicídio após negligência encontrada nas prisões.
Somos uma só humanidade, com diversas arquiteturas psíquicas. Se esses prisioneiros (296 nos últimos três anos e condenados de forma duvidosa; as famílias estão vivendo uma verdadeira batalha jurídica para apuração dos fatos) como diz suas famílias: estão sendo exterminados nas “precárias prisões francesas” desde 1994, sob o argumento de suicídio, nos deparamos com as mesmas práticas “bárbaras” de extermínios de seres humanos. A prática do extermínio sejam por quais meios: nas guerras em suas diversas formas, conflitos armados, prisões ao redor do mundo, bases militares, navios mercantes, extermínio de pessoas em situações de pobreza absoluta, de negros, das minorias, dos usuários de substancias psicoativas, os tão falados grupos de extermínio sejam institucionais ou a “margem” nos remete a algo do perverso. Quantas práticas de extermínio existem hoje no planeta sejam com seres humanos, animais, ou na natureza. Nossa reflexão é o que diz respeito a nossa razão e subjetividade como condição do humano e as práticas e estruturas patológicas. Podemos falar do “Carandiru Gaúcho” que tem população maior que 40% das cidades do Rio Grande do Sul”. Mais de um século de depósito de seres humanos. Essa é a “passagem ao ato do Estado.” o “genocídio na Paraíba” e as facções “autônomas” que disputam bairros, situação dos “Médicos sem Fronteira no Congo”. Podemos citar inúmeras tragédias no Brasil e no planeta. A subjetividade não pode ser diluída no social e assim perdemos a dimensão do outro e de nós mesmos. “Mas eu me pergunto se o trabalho penal não foi organizado precisamente para produzir entre os delinquentes e os operários este desentendimento tão importante para o funcionamento geral do sistema. O que temia a burguesia era esta espécie de ilegalismo sorridente e tolerado que se conhecia no século XVIII. Não é preciso exagerar: os castigos do século XVIII eram de grande selvageria. Mas não é menos verdadeiro que os criminosos, pelo menos alguns dentre eles, eram tolerados pela população. Não havia uma classe autônoma de delinquentes. Alguém como Mandrin era recebido pela burguesia, pela aristocracia, bem como pelo campesinato, pelos lugares em que passava, sendo protegido por todos. A partir do momento em que a capitalização pôs nas mãos da classe popular uma riqueza investida em matérias−primas, máquinas e instrumentos, foi absolutamente necessário proteger esta riqueza. Já que a sociedade industrial exige que a riqueza esteja diretamente nas mãos não daqueles que a possuem, mas daqueles que permitem a extração do lucro fazendo−a trabalhar, como proteger esta riqueza? Evidentemente por uma moral rigorosa: daí esta formidável ofensiva de moralização que incidiu sobre a população do século XIX. Veja as formidáveis campanhas de cristianização junto aos operários que tiveram lugar nesta época. Foi absolutamente necessário constituir o povo como um sujeito moral, portanto separando−o da delinquência, portanto separando nitidamente o grupo de delinquentes, mostrando−os como perigosos não apenas para os ricos, mas também para os pobres, mostrando−os carregados de todos os vícios e responsáveis pelos maiores perigos. Donde o nascimento da literatura policial e da importância, nos jornais, das páginas policiais, das horríveis narrativas de crimes.” Pg,75 Microfísica do Poder Michel Foucault
A narrativa de Foucault reflete os tempos atuais. Hoje além
de punir há a vigilância ostensiva, com os mesmos argumentos, pautado na
construção do medo. O recente filme dedicado às prisões turcas “Un film sur les
prisons turques" projetado em Paris produzido pela banda Yorun
Grup é um apelo contra a solitária, como uma forma extrema de prisão, muito
“comum pelo mundo”. Há uma dilaceração psíquica programada no sentido de quando
o sujeito “retorna” a sua liberdade ele está dilacerado psicologicamente, ele
já possui a identidade de criminoso e não de um sujeito que cometeu um ato
ilícito. “Ele é o ato” há uma prisão interna que demanda liberdade. Quando nos
remetemos ao artigo anterior sobre Arquitetura Psíquica podemos
interrogar sobre o que “resta” desses sujeitos.
É oportuno lembrar o "Tratado sobre a Tolerância" de Voltaire e o que o motivou. Em 10 de Março de 1762, na cidade de Toulose, um homem é torturado, supliciado na roda até à morte e seu cadáver lançado ao fogo. Assim se cumpria a condenação sentenciada, pelo Parlamento local. Supostamente, fazia-se justiça contra um monstro que enforcara o próprio filho, jovem mártir que apenas pretendera converter-se ao catolicismo numa terra de católicos, contra a vontade de um pai calvinista. O suposto assasinato revelava-se ainda mais hediondo, pois não poderia ter sucedido sem o conluio da mãe, de um dos irmãos e de um amigo da vítima. Este caso não é diferente de muitos outros pelo mundo, nem sequer pelo facto de três anos mais tarde a França inteira ter reconhecido a inocência do condenado, de nome Jean Calas, homem trabalhador, respeitado pela comunidade, pai de seis filhos, um dos quais aliás já era católico antes da morte do irmão. O que se tornou digno de registo não foi tanto o erro da justiça, nem sequer o horror da prática da tortura, mas aquilo que realmente motivou a condenação de um homem inocente: a intolerância religiosa. Um marco na história da França. Um ano após a morte de Jean Calas, Voltaire escreve em Dezembro de 1763, o "Tratado sobre a Tolerância". Expõe aí as inconsistências do processo judicial e a brutalidade com que se chegou o suplício. Segundo Voltaire, ninguém ficaria indiferente "quando o velho, agonizando na roda, tomou Deus por testemunha da sua inocência e lhe pediu perdão para os juízes." O erro de justiça era óbvio, mas igualmente óbvio era reconhecer que o erro não resultara de negligência ou de precipitação, mas sim de praticar, a intolerância religiosa. Mesmo o calendário convinha — aproximava-se o dia, escreve Voltaire, "desses singulares festejos que as gentes de Toulouse celebram todos os anos em memória de um massacre de quatro mil huguenotes; e 1762 era o ano de mais um centenário." O “Tratado” revela o grande crime, que é a intolerância, que percorre a história humana.