Por que viver é uma arte? Por que viver é a possibilidade de milhões de
representações e significantes a serem elaborados, sublimados em benefício do
próprio ego e da humanidade.
É nesse sentido que refletimos um pouco sobre “A história da arte”, como
a história dos mitos e da humanidade vão se fundir no percurso de sua
caminhada. Se a arte e os mitos são representações do psiquismo, da vida humana
em todas as suas dimensões, daquilo que para o homem sempre foi fonte de
interrogações e enigmas, ou seja, aquilo do qual não é possível compreender é
possível representar, simbolizar, para alcançar o estatuto de significante.
Assim nada existe que se possa dar o nome de arte, pois esta sempre foi
representação. Assim é que ao olharmos um quadro, uma escultura são as
expressões, formas que nos representam que nos leva a gostar ou não. O que
chamamos “obra de arte” é objeto feito por seres humanos para seres
humanos. Quando nos deparamos com pinturas, esculturas, desenhos em paredes
muitas vezes admiramos e pensamos nelas como obra de arte, mas quando foram
realizadas não se destinavam a ser exibidas ou admiradas como tal, foram feitas
para um determinado propósito. Porque adquirem com o passar do tempo a
categoria de arte? Todas as construções humanas poder vir a ser categorizadas
dessa forma, embora tenham sido construídas para uma finalidade. Nas sociedades
“primitivas” as cabanas existiam para protegê-los das intemperes da natureza,
as imagens e desenhos para protegê-los contra outros poderes e espíritos da
natureza, dar significado aos seus medos e elaborá-los. É por isso que a
história da arte é uma história de concepções, ideias, necessidades, onde a
técnica faz parte dessas concepções e ideias. Assim o que faz com que as
construções humanas se transformem em objetos de arte está nas ideias que
transmitem. Não podemos esquecer que imagens e palavras “são parentes
consanguíneos”. Quem nunca ouviu a frase de que “uma imagem pode
valer mais que mil palavras”. E por quê? Porque uma imagem possui com certeza
muito mais que mil significantes.
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