7 de fevereiro de 2013

Ética: Entre o Público e Privado

“Age sempre como se a máxima da tua ação deverá ser erigida por tua vontade como uma lei universal da natureza”. Kant 
A construção da estrutura do sujeito da “lei a priori” dá-se assim por complexas determinações da sensibilidade e da razão a caminho do ser moral. A distância da “máxima” ao “imperativo categórico”, do subjetivo aos fatos do mundo, do privado ao público é a forma como o sujeito se pensa representar nos objetos.
Todos têm deveres no fazer diário, assim o “dever” é uma categoria cujo olhar é não somente “privado”, mas “público”, de forma que o denominado “público” e “privado” sejam extensão de “máximas” e “imperativos categóricos”. Quando falamos destes, antes de tudo é necessário num primeiro momento pensar a lei moral como um “imperativo categórico” que faz parte da vida. Mas a razão possui a sua autonomia e então, no percurso das “máximas” e “imperativos categóricos”, é possível uma legalidade cuja finalidade seja o “bem comum”. Desta forma na articulação de todas as condutas se justifica na compreensão que para Kant o dever é ordenado como lei moral. É o dever a necessidade de uma ação por respeito à lei. Pensar na questão do “dever”, é projetar um pensar pedagógico do tempo e do lugar do “cidadão”, como sujeito de direitos. Esta janela de sujeitos de direitos se encontra diante das possibilidades do mesmo “dever”: Suas ações devem ser pautadas por uma lei moral!
Na análise do “dever” há que pensar a própria moralidade investida de legalidade. Moralidade que se contradiz entre o público e o privado. A tutela das condutas já que mesmo fora da função pública, encontra-se investido dela, função pública que integra na vida particular de cada pessoa. O dever negativado ou positivado enquanto necessidade diz respeito ao direito, que o fazer diário haverá de confessar para valer moralmente. Se as ações de respeito à lei, constituem não só “vocação” deste fazer diário, mas um exercício do Estado de direito, ou seja o estado que é de “menoridade” deve ser elevado ao “esclarecimento” para que a  liberdade seja liberdade do sujeito, e não liberdade tutelada. Assim se alguém adotar o axioma de não suportar uma ofensa sem vingá-la, sabendo que isso está fora da lei prática, e que essa não pode concordar em si mesma, pois não pode ser um "imperativo categórico", ela deve se desfazer.         
Os fazeres diários engloba os deveres que são pertinentes á vida, portanto há deveres, que fazem parte da constituição maior e não se faz presente, sendo assim a liberdade do sujeito está submetida a uma legislação mais universal. O imperativo da obrigação do esforço moral constitui fundamento da finalidade. A lei para dar conta da moral necessita que o histórico de representações do sujeito, possibilite a este utilizar-se da razão longe de influências patológicas, com “máximas” que possam transformar-se em “imperativos categóricos”.    

Os escritos sobre Ética possuem como referência:
DUSSEL, Enrique. Ética da Libertação – na idade da globalização e da exclusão. 2002- Editora Vozes – Petrópolis.
 GIOVANNI, Reale, ANTISERI,Dario. Historia da Filosofia: Do humanismo a Kant. 1990 São Paulo - Edições paulinas.
 HERRERO, Francisco Javier. Religião e história em Kant - Edições Loyola.
LECLERCQ, Jacques. As grandes linhas da filosofia  Moral. 1967 - Editora Herder da Universidade de são Paulo.
 OLIVEIRA, Manfredo A. Ética e racionalidade moderna - Edições Loyola.
 PASCAL, Georges. Compreender Kant – Editora Vozes 2ª Edição 2005
 PEREZ, Daniel Omar - Kant Pré-crítico. “A desventura filosófica da pergunta ....”. Editora Universitária Edunioeste – Cascavél-Pr. ISBN 85-86571-19-9 ANO 1998
 KANT, Immanuel. Textos Seletos -Resposta a Pergunta: Que é “Esclarecimento”? 1787 - Editora Vozes 1974
 KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática – 1788. Tradução de Bertagnoli, Afonso. 3ª edição. Edições e Publicações Brasil Editora S.A – S.Paulo 1959 
 KANT, Immanuel. Textos Seletos - Prefácio Primeira Edição da Crítica da Razão Pura -1781 - Editora Vozes 1974 
 KANT, Immanuel. Textos Seletos - Prefácio Segunda Edição da Crítica da Razão Pura -1787 - Editora Vozes 1974 
 KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes - Editora Martin Claret - 2006
 KANT, Immanuel. Textos Seletos – Sobre a Discordância entre a Moral e a Política a Propósito da Paz Perpétua - Editora Vozes 1974.                                           
 KANT, Immanuel. Textos Seletos – Que Significa Orientar-se pelo Pensamento? Editora Vozes 1974. 
KANT, Immanuel. Textos Seletos – Sobre um Suposto Direito de Mentir por Amor à Humanidade - Editora Vozes 1974. 
 VAZ, Henrique C. de Lima. Escritos de filosofia IV – Introdução à ética filosófica. 1999 - Edições Loyola. 

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